OURO PRETO

Estudante é surpreendido com resultado de falso positivo para HIV em Minas

Após o resultado 'positivo', o jovem buscou atendimento médico e refez o exame. Nova análise constatou resultado negativo para o vírus

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Após realizar um exame de rotina para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), João [nome fictício] foi pego de surpresa com o positivo para HIV. Um dia após o exame, uma médica repetiu os testes que constataram negativo. O jovem é estudante da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), município histórico de Minas Gerais, localizado na Região Central do estado. 

Ao Estado de Minas, o jovem, que prefere não se identificar, conta que há algum tempo está fazendo diversos exames de rotina. Durante a tarde da última terça-feira (3/6), aproximadamente às 14h30, ele foi até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município para realizar um teste para ISTs. 

O estudante já está acostumado com o tipo de exame, tendo a rotina de repetir os testes a cada três meses. Mas, dessa vez, ele percebeu que os procedimentos para o exame estavam diferentes. O teste rápido para HIV pode ser feito com uma pequena amostra de sangue, que consegue concluir o resultado em cerca de 30 minutos. Porém, João explica que esperava uma demora no atendimento, por ser uma UPA, mas se surpreendeu com a forma que foi feito o exame. 

“Quando cheguei, a técnica de enfermagem tirou uma ampulheta inteira de sangue. Eu já fiz outros testes antes e sei que isso não é necessário, normalmente eles tiram o sangue na ponta do dedo.”

Mesmo com a estranheza após a colheita do sangue, João continuou na unidade de saúde. Ele explica que, aparentemente, não havia enfermeiros disponíveis no local para a realização do teste. Por isso, ele conta que solicitaram que aguardasse, do lado de fora da sala, com a amostra de sangue nas mãos. “Foi de duas horas e meia a três horas esperando com o sangue na minha mão. Eu perdi minha tarde inteira.”

Resultado ‘falso positivo’ 

Já durante a noite, às 20h, o estudante recebeu o resultado positivo para HIV. Sem apoio de uma profissional de saúde mental para dar a notícia, o jovem conta que foi o pior dia de sua vida. “Não tinha uma psicóloga preparada para dar uma notícia, eu quase desmaiei na hora. Eu não me senti em nenhum momento acolhido, entendeu? Eles só jogaram a notícia para mim.”

Com o resultado dos testes, João foi indicado a buscar atendimento com uma infectologista para iniciar o tratamento para HIV. Assim, nessa quarta-feira (4/6), ele foi até a médica para a consulta que, com a falta de sintomas do jovem,  repetiu os testes duas vezes. “A médica começou a conversar comigo e falou: ‘não, tá estranho isso, vamos fazer outro teste’. E nós fizemos dois outros testes. Ambos deram negativo.”

Na quarta-feira (4/6), o estudante realizou novamente os testes, que constaram negativo para HIV e outras ISTs
Na quarta-feira (4/6), o estudante realizou novamente os testes, que constaram negativo para HIV e outras ISTs Arquivo pessoal

“A gente sabe que é 0,01% as chances de dar um falso positivo quando está em um ambiente controlado. Mas a gente sabe que não foi o acaso, entendeu? Foi porque o sangue ficou na minha mão, foi porque eles demoraram mais de 3 horas para fazer o exame, o que não é indicado”, destaca. 

Em nota, a Prefeitura de Ouro Preto afirmou que, até o momento, não foi registrada nenhuma manifestação do paciente no canais insitucionais. Questionada sobre a forma em que o atendimento foi feito, o Executivo explicou que a UPA coloca em prioridade a assistência médica imediata em cenários de risco à vida, como determina o Ministério da Saúde, mas lamenta pela esperada para atendimento ao paciente em questão. "Sobre o manuseio de material biológico pelo paciente, a Prefeitura de Ouro Preto esclarece que esse não é o procedimento padrão e que vai investigar o caso."

Em relação ao resultado de falso positivo para HIV, a prefeitura ressaltou que "nenhum diagnóstico de IST é fechado unicamente com base em teste rápido ou autoteste e que sempre é feita a confirmação laboratorial e avaliação clínica por profissional médico especializado." A Prefeitura de Ouro Preto ainda afirmou que irá trabalhar para esclarecer o fato. 

Por outro lado, o paciente entrou em contato com a reportagem do EM, esclarecendo que protocolou, na última quinta-feira (5/6) uma denúncia na ouvidora online da Prefeitura de Ouro Preto.

Na denúncia, ele exige que o Executivo “tome as providências cabíveis, tanto em caráter corretivo, quanto punitivo.” O jovem ainda informou ao EM que irá tomar as medidas cabíveis na esfera civil, criminal e istrativa.

A importância de uma rede de apoio 

Antes da confirmação do resultado negativo na última quarta-feira (3/6), o estudante conta que ou a noite em claro, sem conseguir comer. Natural de um outro estado, mora em Ouro Preto com outros estudantes em uma república. Sem a família por perto, ele destaca a importância de um acolhimento em momentos como esse. O jovem também destaca a importância de um acompanhamento psicológico em situações como essa. 

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“Eu também tive uma rede de apoio com as minhas amizades, mas não deixa de ser complicado. Eu não consegui dormir a noite, não comi nada, fiquei um zumbi mesmo. Só ficava na cama chorando, acho que foi o pior dia da minha vida, juro por Deus. Foi muito traumático.” 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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