DE VOLTA!

Designer Mary Arantes convida para a primeira Quermesse do ano

O evento está na lista dos mais aguardados em BH. Edição que inicia 2025 acontece na Serra, com artesanato, arte, design, moda, decoração e gastronomia

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Retrato da diversidade que permeia culturas, manifestação de pensamentos, caminhos revelados em detalhes, o saber fazer de um povo. Quando se trata de arte e artesanato, o sentido de pertencimento nasce em cada obra como o fruto da inspiração que celebra a existência de uma identidade. Enaltecer o que é elaborado assim é valorizar raízes, é contar histórias, é viver o belo que parte da singularidade. Para a designer Mary Arantes, o feitio manual é um reflexo potente do que acontece em Minas Gerais e corre nas veias de muitos criativos. O Brasil e o mundo agora já veem trabalhos assim com outros olhos.

Mary costuma dizer que ninguém compra um produto, mas um contexto, uma emoção. "Eu achava que já tinha gente demais fazendo o igual. Então, procurei o caminho mais difícil, o feito à mão, o complicado. Resolvi levantar bandeiras e questões que precisam ser revistas. A intenção é valorizar os que fazem arte e artesanato. Se não houver incentivo, as pessoas não buscam aprender. Quando você investe naquilo, acaba proliferando", afirma. E a Quermesse da Mary, projeto que prepara a 31ª edição, é a prova disso.

O evento está na lista dos mais aguardados em BH e, a partir dessa sexta-feira (11/4) até domingo (13/4), estreia em 2025 no espaço na Serra. Para Mary, o gesto artesanal ganhou a chancela da autenticidade, do que leva a mão do homem, o especial em um mundo cada vez mais igual e pasteurizado. "A diversidade cultural, a riqueza de matérias-primas e o talento de artesãos contribuem para o diferencial da nossa arte. Com a chegada dos designers, é notório a ascensão dos produtos.  Muitos deixaram de ser um simples artesanato para se tornarem um conceito, com história para contar", diz.

Os expositores que enriquecem o leque dessa Quermesse fazem parte do que se caracteriza como pequenos produtores e criadores, pessoas que se envolvem em todo o processo de elaboração da peça, e assim são chamados de autorais.  "São autores do que fazem. A produção em uma escala mínima nos faz pensar também em consumo consciente, ando longe do fast fashion e sua produção em larga escala", reforça a designer.

Desta vez, marca presença uma leva expressiva de expositores que vêm de fora, alguns deles pela primeira vez, como o joalheiro Carlos Herrera, que chega de São Paulo com seu precioso trabalho em filigrana. Colombiano radicado no Brasil desde 2013, ingressou no universo da joalheria em 2005. Em seu último ano da faculdade de zootecnia em Bogotá, Carlos decidiu ir atrás de sua grande paixão, o trabalho criativo e manual, e se encontrou em suas joias durante um curso livre na mesma universidade.

Carlos Herrera e Ateliê Omaia
Carlos Herrera e Ateliê Omaia Quermesse da Mary/Divulgação

Em 2006, lançou suas coleções iniciais, a princípio com peças comerciais. Teve o primeiro contato com a filigrana em 2010, quando fez um curso da técnica momposina na Escola de Artes e Ofícios Santo Domingo, em Bogotá. Descobriu as imensas possibilidades da técnica e começou a desenvolver trabalhos baseados nela. Em viagem à cidade de Mompox, na Colômbia, importante centro de produção de filigrana, se aprofundou nesse saber com os artesãos locais.

Desde a infância no campo e em meio à natureza, o bambu sempre esteve presente na vida de Marcelo Maia. Nas raízes do bambuzal ou nos utilitários do dia a dia, ele vivenciava esse universo onírico que mais tarde se fez materializar por sua habilidade manual e a criatividade. Com o trabalho do Ateliê Omaia, o agora expert em em esculturas em bambu também estreia na Quermesse.

Essencialmente leves e sustentáveis, seus objetos são marcados pela poesia e pela conexão com o meio ambiente e o bem viver. Na produção, o bambu é como um ente, elemento de ligação entre céu e terra, o sagrado e o profano. O caminho da imaginação vai da espontaneidade à autenticidade, em peças carregadas de um sentir em particular.

Obra Ipanema e Wander Marcílio
Obra Ipanema e Wander Marcílio Quermesse da Mary/Divulgação

A conhecida marca carioca Obra Ipanema, com suas vestes esculturais, também marca presença. Evidenciando uma moda artesanal, arquitetônica e e arrojada, a etiqueta foi concebida por Fellipe Caetano e Ivo Minoni. A amplitude da modelagem, o conforto gerado ente corpo e vestuário, constroem uma roupa que preza pelo bem-estar. O jeito de produzir as peças é pensado como se o vestir fosse uma forma escultórica de ser, como se a roupa e quem a veste fossem verdadeiras obras de arte. De tiragem pequena, são feitas para criar paisagens.

O ceramista Wander Marcílio, residente em Ilhabela, mago nas misturas de argilas em cores mescladas, faz seu batismo na Quermesse. Natural de Belo Horizonte, autodidata na arte do fogo, desde a década de 1990 trabalha com a argila e o reaproveitamento de materiais inusitados, como vidro, metal, madeira e pedra. A produção abrange utilitários, itens decorativos e adornos pessoais, feitos com as próprias argilas coloridas, utilizando a técnica de marmorização. A inspiração na natureza e os traços estéticos que resgatam sua ancestralidade afroindiobrasileira constituem sua identidade artística.

Mário Soares, artistas das tintas e pincéis, de Bocaiuva, com seu jeito de pintar o cotidiano, já é aguardado por fãs da marca. Sua obra transita entre a ilustração digital, a pintura manual e o design de estampas. Com linguagem visual contemporânea, caracterizada por cores vibrantes e traços marcantes, seu estilo, definido como neonaif, mistura influências do cotidiano com memórias afetivas e experiências vividas em viagens pelo Brasil. A  produção é reconhecida pela qualidade das impressões fine art sobre tecido, um diferencial que agrega valor às criações.

Mário Soares e Greta Cauê
Mário Soares e Greta Cauê Quermesse da Mary/Divulgação

Além da ilustração digital, Mário desenvolve também pinturas manuais nas técnicas acrílica, giz pastel oleoso e aquarela. Além das obras artísticas, já atuou por muitos anos como designer de estampas. Segue explorando novas possibilidades de expressão em suas séries autorais e colaborações, sempre buscando conectar o público a um universo repleto de cores, sentimentos e histórias visuais.

Com suas assemblages construídas com porcelanas e utilitários diversos, Greta Cauê, de Denise Afonso, chega de Uberlândia. Com um olhar atento para a elegância e a inovação, a marca transita entre a sofisticação da moda festa e a versatilidade da moda casual, oferecendo roupas que traduzem personalidade e estilo.

Quando o assunto é decoração, Greta Cauê é referência em curadoria de objetos únicos, para mesa posta e ambientação de interiores. Se diferencia com suas esculturas utilitárias, projeto autoral que combina materiais, formas e cores para conceber itens artísticos sustentáveis. São criações que ressignificam peças antigas ou danificadas, dando-lhes uma nova vida e funcionalidade, para compor mesas elegantes e com ares da imaginação. Greta Cauê é uma experiência de estilo, criatividade e originalidade, celebrando a conexão entre moda, decoração, arte e design.

De Tiradentes, Lívia Stefani comparece com seu delicado trabalho em órios feitos em cerâmica. Com o Ateliê Mínima, produz suas cerâmicas autorais. O pequeno ateliê é seu espaço-manifesto, lugar voltado à experimentação em cerâmica, a fusão entre o amor pela criação e pelo fazer manual. Um lugar que se fez mínima pela busca do que é essencial, e em sua trajetória permeou o universo das artes vestíveis, com a joalheria em cerâmica, e dos objetos de arte. Neste momento, o mínimo se manifesta também na produção material do ateliê, não só pelo tamanho das peças, mas no valor atribuído a cada detalhe, na composição de uma poesia cerâmica capaz de despertar o olhar com belezas singulares.

Ateliê Mínima e Margarida e Rosana Pereira
Ateliê Mínima e Margarida e Rosana Pereira Quermesse da Mary/Divulgação

De Santo Antônio de Caraí, do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, duas mulheres ceramistas são esperadas. Margarida Pereira e Rosana Pereira, mãe e filha, são descendentes do renomado artista Ulisses Pereira (in memorian), criador das escultóricas cerâmicas zoomorfas e antropomorfas. Elas preservam a cultura ensinada pelos anteados. Virão à convite da Valley for Valle, fundação beneficente criada em Nova York por Andrea Fiuza Hunt. Rosana acaba de abrir, no Rio de Janeiro, uma exposição no Museu do Folclore.

Do barro

A cerâmica, inclusive, ocupa uma sala só sua, dentro do evento, tamanha expressão no mercado e diversidade dos que nela se apresentam. Marca criada em 2023, em BH, por Ana Clara Ligeiro, Ferinhas Mágicas produz peças em cerâmica que inspiram quem vê e embelezam o dia a dia de quem usa. Todo o processo é feito por Ana, exceto a queima. A produção é artesanal do início ao fim, e todos os objetos são feitos com argila de alta temperatura, o que os torna mais duráveis e seguros. Ana Clara experimenta modos de fazer, cores, texturas e referências para criar formas de brincar com o barro.

Me Chama De Artista é um ateliê nascido de um  coração mineiro e traça caminho pelas adjacências da memória, pelo movimento, o barro e a visão-vivência negrodiaspórica. Uma união que resulta em peças únicas, cheias de poesia, manualidades e latinidades. O trabalho é um desejo intrínseco de criar uma nova narrativa a partir da poética da cerâmica e suas possibilidades no entrelace entre o corpo, o barro e as linhas.

A modelagem por si só é silenciosa. O barro na mesma calma e força da água se torna um novo elemento e esses estranheirismos são uma maneira de fazer barulho. Marie Mendes é quem dá o tom e as mãos que esculpem todas as peças. Com formação em teatro e agem pela dança, carrega o movimento desde a ponta dos dedos até a última queima.

Ferinhas Mágicas e Me Chama de Artista
Ferinhas Mágicas e Me Chama de Artista Quermesse da Mary/Divulgação

Carol Bonds é uma arquiteta apaixonada por arte que se encontrou profissionalmente na cerâmica artesanal. Sua expressão criativa surge a partir de um trabalho de estudo, pesquisa e desenvolvimento de materiais. Além de escolhas mais sustentáveis e menos tóxicas, a busca é por uma linguagem autoral com personalidade, revelando cores e texturas únicas.

Com o Studio Bonds, ateliê de cerâmica artesanal e azulejaria criado em 2022, explora a mistura de técnicas e materiais alternativos, principal característica de seu trabalho autoral. Mais que técnica, suas criações permeiam memórias e se conectam com a natureza ao seu redor.

Carol pinta os pássaros do seu entorno, cria texturas com folhagens naturais, usa o barro do quintal. Seus azulejos contam histórias e revelam poesias. Seus pratos se inspiram em riscos de bordados antigos, garimpados em família. Uma coletânea de referências e afetos, para fazer nascer peças sensíveis e cheias de significado.

Da madeira

O renomado arquiteto Sylvio de Podestá brinda o público da Quermesse com seu trabalho inovador em esculturas de pássaros, chamadas de “avuantes e mangues”. Explorando objetos de reciclagem de caçambas da construção civil, reconhecida poluidora mundial e “mangues” coloridos, em construções desmontáveis e montáveis, encontra forquilhas.

Studio Bonds e Sylvio de Podestá
Studio Bonds e Sylvio de Podestá Quermesse da Mary/Divulgação

Os ramos de árvore ou arbusto que se bifurcam, resultado de podas da arborização urbana e jardins domésticos, são o elemento que dá forma às peças. Sylvio sabe que o aproveitamento dos dejetos da construção em porcentagens tão pequenas não resolverá nada de um grande problema, mas fica a boa sensação de que, no fim, esses toscos pássaros podem voar.

Nizier Lobo é o marceneiro e designer de produto à frente da Madeira de Rio. O início como marceneiro profissional foi há quase 20 anos, quando estudou na escola de ensino profissionalizante do Senai-MG. O desejo de realizar um trabalho autoral e independente o fez buscar novos conhecimentos, até que descobriu, pelo design, a possibilidade de criar um produto que alinhasse funcionalidade, estética e significado. Carrega em seu repertório saberes aprofundados e práticos da marcenaria tradicional, também desenvolvendo novos significados e valores concebidos nas peças através do design.

A sua Madeira de Rio é uma oficina de design, especializada em móveis e objetos em madeira de reuso, provenientes da natureza (árvores caídas) ou de demolição de antigas construções de um Brasil ainda colonial. A grande motivação é realizar um fazer que supera os modismos e tendências do mercado, abraçando valores reais e que de fato importam.

Do corpo e da alma

O Ateliê Bençôi foi fundado em 2017, sob o nome de Le Saboniére, como um projeto pessoal de sua idealizadora, Carla Polese. O projeto cresceu com a pandemia e ou a ser reconhecido por sua produção ética e responsável. Em 2024, agora batizado Ateliê Bençôi, se entrega à missão de resgatar e preservar as raízes mineiras e os ensinamentos ancestrais, docemente conservados pelas memórias afetivas de sua fundadora.

Madeira de Rio e Ateliê Bençôi
Madeira de Rio e Ateliê Bençôi Quermesse da Mary/Divulgação

O Ateliê Bençôi produz pequenos lotes de produtos artesanais afetivos (sabonetes, velas, aromatizadores e outros fitoterápicos), de maneira sustentável, apoiando os produtores locais e buscando sempre conscientizar sobre os impactos de consumo, ressignificando, sempre que possível.

Da casa

O arame é seu fio condutor, a chapa de latão e cobre, seu fundo de tela. Corta, recorta, modela, vira, torce, solda em prata, queima, põe na água, e o rosado das flores nasce do calor do fogo. Nada ali é pintado ou pensado, é pura fruição. Já lhe disseram que os galhos que faz se assemelham a cerejeiras em flor. Ele mesmo nunca os denominou, nunca os chamou de nada... parece que leu Clarice Lispector dizer que nominar é reduzir.

O trabalho de José Napoleão tem singularidade - nada se repete. O que se repete é a forma delicada, carregada de preciosismo, de minúsculos detalhes. Florir é essencial para a própria vivência do criador, que às vezes, na inquietude de quem cria, para um processo, para fazer outra coisa que está brotando na alma, vai à bancada, faz uma bailarina aramada, depois volta às flores. E são elas que ele mostra na Quermesse da Mary. Sempre a natureza a servir de modelo.

Mini flores com hastes longas foram imaginadas para conviver entre si ou comungar com arranjos florais, secos ou naturais. Galhos alongados pretendem morar em parede, arrematando quadros já existentes, ou ser só galho na parede, “arrebentando o concreto”, como diz o artista. Mas a maleabilidade do arame permitirá ao novo dono moldá-lo conforme sua vontade, brincar de rei, fazendo sua própria coroa ou até mesmo produzir uma guirlanda.  Napoleão dá ao consumidor final a possibilidade de também ser criador. Ele conta que, quando faz, “a coisa” já vem pronta - não desenha, não pensa. Psicografa flores, bailarinas e personagens quixotescos.

José Napoleão e Memória do Ofício
José Napoleão e Memória do Ofício Quermesse da Mary/Divulgação



O Memória do Ofício nasceu em casa, das conversas e ideias do casal  Júlia Trindade e Ricardo Cordeiro. Eles desejavam construir jogos educativos, que ensinassem sobre a história, mas que também fossem objetos belos, interessantes e que, por eles mesmos, já educassem o afeto, a empatia e o senso de realismo de quem tivesse contato.

E assim o primeiro modelo do jogo foi colocado no mercado, lá pelo ano de 2013: O "Memória do Ofício: Tecelagem".  Trata-se de um carneirinho de tricô e outros materiais que carrega dentro do corpinho, as bolachas que descrevem imageticamente o processo de transformação do pelo do carneiro até a trama tecida do tricô. Um jogo dentro do carneirinho decorativo.

De lá pra cá, o projeto cresceu e conta atualmente com diversos parceiros para a produção de algumas peças que compõem o produto jogo, como é o caso dos adesivos.  Cada peça é montada uma a uma, sempre com atenção ao padrão de produção e à qualidade de montagem.

Recorda é uma marca mineira dedicada à criação de peças artesanais feitas com cordas, unindo design, funcionalidade e afeto em cada detalhe. Com um olhar cuidadoso, transforma matérias-primas naturais em produtos exclusivos cheios de histórias e memórias. São bolsas e cestos, que aliam beleza, durabilidade e um toque natural, além de peças decorativas que valorizam ambientes com autenticidade e sofisticação.

Recorda e Mercearia Matula
Recorda e Mercearia Matula Quermesse da Mary/Divulgação

Cada criação é feita manualmente, respeitando o tempo e o cuidado que o trabalho artesanal exige. A essência da Recorda está em criar produtos que não só compõem a decoração ou o estilo, mas que também se tornam parte das RECORDAções de quem os escolhe. Uma marca que valoriza o feito à mão, o design autoral e a conexão com as raízes brasileiras.

Imaginário afetivo da cultura popular brasileira pelo universo das mercearias - assim se identifica a Mercearia Matula. Busca manifestar, de forma lúdica, o prato cheio que é a cultura alimentar da nossa terra. Mais que uma marca, é um projeto de resgate das raízes e memórias que circundam a cultura alimentar. Aqui estão comidas com história, badulaques divertidos e produtos com cheirinho de afeto.

Vela em formato de mexerica, de milho, sabonetes que mais parecem doces. A forma e a imagem são conhecidos, mas a brincadeira da Mercearia Matula com a mudança do propósito do produto é a grande jogada. Tudo é criado em conjunto com pequenos produtores locais. A marca põe à mesa curadorias regionais que eiam pelos hábitos alimentares do país, conhecendo a abundância de cada estado brasileiro. Cada coleção mostra o quanto a cozinha faz parte da identidade cultural, começando pela coleção Minas Gerais. A curadoria é assinada pela produtora audiovisual Daniela Fernandes.

Da joalheria e bijuteria

Carlos Penna, um designer de joias que se joga, sem receio de extrapolar, explora técnicas de produção muito próprias, traduzidas em metais amassados, queimados, recortados e vazados, trabalhados sempre de forma manual, um a um. Tamanhos avantajados são ícones de joias que têm a sua personalidade.

Expositor no evento de Mary Arantes de longa data, Carlos Penna é mineiro, é do mundo. E não cansa de se reinventar. Participa em diversos desfiles dentro e fora do Brasil. Inquieto e criativo, ousa ar por todos os limites e dimensões convencionais. Convencional, inclusive, não faz parte de seu dicionário.

Carlos Penna produz brincos, colares e anéis feitos com irreverência. Ele acredita no que faz, ama o que faz, sem se preocupar se o que o que o mercado pede é o comercial. Dessa forma, abre um lugar todo seu e conquista clientes fora da caixa.

O inusitado é o DNA da marca. O designer faz a cada coleção uma extensa catalogação de materiais novos e tenta ao máximo dar novos usos e contextos ao que se encontra no cotidiano. De borracha, madeira e pedras naturais até pregos, vedações de janelas, materiais elétricos, brita, carvão, grama sintética a plantas desidratadas, nada é deixado de lado ou menosprezado. Além de seu uso corriqueiro, são estudados e lapidados a fundo e tem todas as possibilidades de trabalho esgotadas, o que dá ao material requinte e sofisticação.

Carlos Penna e Ywi Joia Contemporânea
Carlos Penna e Ywi Joia Contemporânea Quermesse da Mary/Divulgação

Com a intenção de criar joias exclusivas que utilizam materiais antigos ressignificados, foi lançada, no final de 2024, a primeira coleção da YWI Joia Contemporânea. Idealizada pelas arquitetas e urbanistas Aninha Lloyd e Sheyla os, a YWI, pela primeira vez na Quermesse, apresenta peças concebidas em madeiras com toques de prata reciclada. O repertório autoral e artesanal valoriza o consumo consciente.

Intitulado Rios, o primeiro acervo de joias da marca traz brincos, colares e broches inspirados nos rios dos biomas brasileiros, como o São Francisco. Com desenhos únicos, o norte do trabalho a pela conexão do homem com a natureza e a preservação do meio ambiente. A base é preferencialmente de materiais reutilizados ou encontrados no próprio ecossistema.

Criadas artesanalmente  a partir de material bruto com acabamentos finos e projetos minuciosos, cada joia é única e exclusiva. As madeiras vêm de árvores provenientes de Belo Horizonte, Entre Rios de Minas e Nova Lima. Materiais que traduzem histórias, memórias e emoções relacionados aos lugares de origem e às trajetórias das fundadoras.

De Sabará, a ourives Ana Queiróz traz joias criadas a partir da reutilização de mínimos recortes de madeiras nobres, usados pelo pai, que é luthier. Ana Queiroz é ourives autodidata e mestre em marchetaria. Inspirada pela história da exploração do ouro que a rodeia, surgiu a coleção que faz uma releitura das joias de crioula, usadas por mulheres negras e mestiças libertas dos séculos 18 e 19, a primeira joalheria autêntica brasileira. Concebe joias que simbolizam o sincretismo religioso.

Com beleza, leveza, cor, brasilidade, história e alma, entre figas e amuletos, Ana traz uma releitura das famosas joias de coco e ouro, que teriam surgido na cidade de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, no período barroco. Na produção dessa série, usa retalhos de jacarandá como base, conjugado com incrustações em metal.

Todas as peças são colecionáveis e versáteis. O mesmo pingente, hoje usado na corrente, pode compor um aro de pulseira, ou uma argola de brinco. Ou ainda, acrescido a outros objetos, formar a famosa penca, carregada de amuletos preciosos.

Ana Queiroz e Insetário
Ana Queiroz e Insetário Quermesse da Mary/Divulgação

E para quem ficou órfão das criações da Mary Design, depois que Mary Arantes fechou a empresa conhecida pelas bijus estilosas, a designer também apresenta novas peças. A produção continua - na verdade, nunca parou. Afinal, a inspiração e a criatividade não acabam.

Da moda

Camila Fortes, conhecida pela marca Panoletos, apresenta sua coleção chamada Insetário. Nos broches, nas caixas de acrílico e esculturas, os insetos pousam com suas novas vestimentas, em superfícies inusitadas. O Insetário é uma exaltação ao fascinante universo dos insetos. Esses que de perto reafirmam toda exuberância e diversidade da natureza. Pequenos seres dando vida aos fios e contas, e asas ao design autoral.

Após uma pesquisa entomológica de quase dez anos, através da costura e bordado manual, ela cria insetos transformando retalhos, canutilhos, arames e o que mais se depara em arte. Suas criaturas de cores vibrantes e formas inusitadas podem ser encontradas como esculturas e quadros, quando usadas para decorar ambientes. Como broches, unem charme, elegância e autenticidade onde pousam.

Em uma proposta de ocupar temporariamente espaços de venda, como galerias, lojas especializadas ou eventos, a coleção infesta locais diversos esporadicamente com seus objetos únicos para depois se ausentarem num ciclo criativo próprio da artista até que ela os conceba novamente. É o fazer manual e seu tempo próprio de maturação, criação e execução, lembrando da sazonalidade e do tempo real das coisas.

Casual, básica, mas fora de clichês, a Miêtta, de Fábio Resende, exibe peças em tie die, inserções de bordados e uma modelagem sempre ampla, que privilegia todos os corpos, em composições em malha. Já conhecida em edições da Quermesse da Mary, a Miêtta propõe uma roupa básica, mas que não é comum, é prática com detalhes relevantes, feita para estar em casa e ao mesmo tempo se sentir arrumada, vestida para sair. É uma conversa sobre corpos imperfeitos, idades indefinidas, gêneros não determinados.

A marca é reconhecida por todos que amam o combo beleza, praticidade, bem-estar e o modo de viver a vida leve. Suas fãs adotam e ream o conceito de estar bem vestida sem nenhuma mitideza. Parece que já nasceram simples assim. A roupa vai bem com um bom chinelo ou tênis e, no caso de um programa mais cult, basta uma plataforma e pronto!

Miêtta e Mira-Me
Miêtta e Mira-Me Quermesse da Mary/Divulgação


A arte de Mira sempre esteve além das telas. Com traços marcantes e uma estética surrealista, suas ilustrações agora ganham um novo e: o tecido. Seus lenços autorais trazem a mesma poesia visual de seus desenhos em giz pastel oleoso, mas com um toque especial. Com um trabalho que transita entre moda e arte, a Mira-Me já expôs na Paris Fashion Week, foi premiada em galerias e salões na Europa, recebeu o prêmio de arte e design da Universidade de Coimbra e, em 2025, terá suas obras publicadas em um livro com os 100 artistas emergentes do ano em Nova York. No Brasil, participou da Feira Rosenbaum, DW!SP e agora faz seu batismo na Quermesse.

A artista e fashion designer por trás da marca, Miranda Seliana, amplia sua pesquisa sobre arte têxtil, trazendo uma nova visão para o design de estampas e peças autorais. Versáteis, os lenços podem ser usados de diversas formas – no pescoço, no cabelo, na decoração ou até como peças de arte para enquadrar. A ideia é que cada um carregue um pedacinho do universo da artista, transformando a maneira de viver a arte no dia a dia.

Liana Atelier surge como uma forma mais pura e despretensiosa de envolvimento com a moda. Busca uma existência consciente dos seus impactos em todas as esferas de produção. As coleções são produzidas em pequena escala em parceria com profissionais multidisciplinares, referências do universo das artes. Em modelagens confortáveis que funcionam nas mais variadas ocasiões, os tecidos são cuidadosamente selecionados, o acabamento recebe atenção especial e as estampas são únicas, feitas artesanalmente em edições limitadas.

Com predominância de linhas fluidas e amplitude, é um convite a uma experiência sensorial e estética que ecoa liberdade para o corpo. Liana Fernandes elevou o status da moda nacional para o cenário global nos anos 1980, à frente da icônica grife Comédia, integrada ao GMM (Grupo Mineiro de Moda). Desde então, suas criações refletem o essencialismo e a autenticidade que permeiam sua visão de moda e vida. Atualmente, com a marca, desafia a efemeridade da indústria, buscando uma moda duradoura e inovadora.

Liana Atelier e Oli.O
Liana Atelier e Oli.O Quermesse da Mary/Divulgação


A marca oli.O é um atelier de roupa infantil artesanal para crianças de 0 a 8 anos, criada por uma arquiteta que, ao virar mãe, mergulhou nesse universo e se perdeu por lá. As peças são slow fashion - da concepção à execução, a prioridade é o acabamento, não o tempo. Com modelagens confortáveis, looks minimalistas e atemporais, os tecidos são fresquinhos, adaptados ao clima do Brasil. Há peças com tiragem limitada, pintadas à mão, algumas únicas. Tudo isso para as crianças andarem por aí com roupas para adulto nenhum botar defeito.

Não é porque os pequenos crescem rápido que não merecem o mesmo cuidado e carinho na escolha das roupas que os adultos... As peças são projetadas para durar e acompanhar muitas infâncias, histórias e aventuras diferentes. Tudo pensado com carinho por Paloma, em colaboração da Olivia, que fez seis anos e já dá muitos palpites, além de testar e aprovar as peças antes de entrarem para a coleção.

Das plantas

Para os engenheiros Edmilson e Gicélia, as orquídeas são grandes paixões. Como as melhores coisas da vida, exigem paciência, dedicação, sensibilidade e zelo. Em 2017, a Orquídeas Recomeço tomou forma e concretizou o sonho antigo de unir plantas e amizades. O hobbie se tornou empreendimento depois que eles se aposentaram. Edimilson sempre foi um estudioso da flor. Empolgado com nomes em latim e grego, está sempre assimilando novos conhecimentos, buscando novidades e melhores práticas.

A marca começou o atendimento de forma remota, mas, desde 2019, ou a responder à grande demanda da produção e das vendas, inaugurando o orquidário em Belo Horizonte. Hoje, as formas de prestar o serviço incluem o truck de orquídeas, que estaciona na Quermesse, o atendimento no próprio orquidário ou a manutenção de orquídeas na casa do cliente. Com um trabalho esmerado, a Orquídeas Recomeço convida ao florescer, ao semear de fortes laços.

Orquídeas Recomeço e Mirtilos Moreira
Orquídeas Recomeço e Mirtilos Moreira Quermesse da Mary/Divulgação

Com a Mirtilos Moreira, Elen Moreira é a primeira produtora da fruta em Belo Horizonte. Uma história que começou em 2020, depois que ela encerrou as atividades de uma fábrica de brinquedos de madeira. Começou a se enveredar pelo mundo dos mirtilos, buscou e adquiriu conhecimento e, de olho em uma oportunidade, iniciou sua plantação. 

 

Cultiva a fruta sem agrotóxicos, com alta qualidade. ou a vender também os mirtileiros, plantas adultas que já estão produzindo. Junto aos pés de mirtilo, fornece orientações sobre cultivo e manejo.  São plantas ornamentais cultivadas em vasos, e se adaptam muito bem em apartamentos, desde que haja incidência de pelo menos quatro horas de Sol.
 
Agora tem também plantação de framboesas que, assim como os mirtilos, são de clima quente e podem crescer em vasos. Com outros dois projetos, Elen quer incentivar as pessoas a plantar árvores frutíferas, e é colecionadora de frutas exóticas e raras. O encanto por frutas é seu trabalho, seu atempo, e o desejo é que inspire outras pessoas.

Pegada solidária

"Eu sou porque nós somos" é a base da filosofia Ubuntu que chama a atenção para a interdependência entre os seres humanos. Ubuntu Nation é a marca de produtos da Fraternidade Sem Fronteiras, ONG que atua no Brasil e na África em regiões de extrema pobreza. O projeto é o convidado de Mary Arantes para o evento.

Para a Quermesse, exibe bolsas de praia, ecobags e nécessaires produzidas por Claudia Moura e Rogério Lima com capulanas, tecidos típicos africanos, trazidos do campo de refugiados da Dzaleka, em Malawi, na África, além de quimonos.

O dinheiro arrecadado com as vendas será destinado à manutenção de oficinas de costura instaladas no Malawi, Madagascar, Moçambique e Burundi. Através da costura, homens e mulheres em situação de vulnerabilidade  encontram uma maneira de sobreviver e ter uma qualificação profissional.

Ubuntu Nation e Amassa
Ubuntu Nation e Amassa Quermesse da Mary/Divulgação

À frente da Ubuntu Nation está a jornalista e articulista do caderno Feminino & Masculino do Estado de Minas, Patrícia Espírito Santo, coordenadora das oficinas de costura da Ubuntu Nation/Fraternidade Sem Fronteiras.

Para degustar

No Jardim da Quermesse, a área verde convoca a ar o dia entre plantas, arte, comes e bebes. É a gastronomia representada por marcas de diferentes tipos de produtos, tudo escolhido com esmero - Mary Arantes prova antes cada receita, e convida toda a família, inclusive os bichinhos de estimação, para desfrutar o espaço de encontro.

Etiqueta de Miguel e Pedro Valente, a Amassa é a escolha certa para o almoço. A paixão dos irmãos pela cozinha é herança da mãe, mestra em preparações para o dia a dia e momentos especiais. Desde pequenos são identificados com o dote de trazer alegria pelo paladar. O encantamento se transformou em gosto e habilidades para cozinhar, especialmente a culinária italiana, ideal para atender a necessidade calórica dos dois atletas profissionais de natação. Depois da aposentadoria das piscinas, nasce a Amassa, primeiro com as lasanhas, e mais tarde ao lado de massas recheadas e outros pratos de fabricação artesanal e sabores únicos.

O premiado doce de leite da Vitoriano Doces, de Jessé Duarte, vem de Bichinho, povoado perto de Tiradentes, com seu companheiro tentador, o licor também feito de doce de leite. Cada doce é cuidadosamente preparado em fogão a lenha, por mãos que preservam a nobre arte da cozinha da roça, e leite de qualidade de pequenos produtores do vilarejo mineiro, com manejo responsável. Com 13% de açúcar, criatividade, esmero e dedicação, a Vitoriano oferece sete diferentes receitas de doce de leite, incluindo a consagrada combinação com pistache.

Vitoriano Doces e Dama de Empadas
Vitoriano Doces e Dama de Empadas Quermesse da Mary/Divulgação

De Graziela e Flávia Ferreira, a Dama de Empadas traz para a Quermesse empadas artesanais, preparadas com ingredientes frescos e selecionados. Com os clássicos sabores com frango, camarão, carne seca, até combinações da mesa mineira, como a empada de queijo com goiabada, agrada todos os paladares. Também oferece quibes, para fritar e assados, entre opções vegetarianas e veganas.

A cada mordida, a Dona Torta, uma doninha atrevida e simpática que surgiu em meio ao caos para dar doçura à vida, com receitas simples, muitas de família, traz lembranças e sorrisos, conta histórias e celebra momentos, sempre em boa companhia. Entre preparações apetitosas, como versão crocante com pistache e caramelo e o pudim de leite condensado digno de cinema, as tortas de Dudu Pônzio são mais que sabor - são experiências.

O premiado queijo artesanal da Queijo Juá é um tesouro mantido pela quinta geração da família dos produtores, os irmãos Cássio Fonseca e Paulo Henrique, feito na fazenda Frutuoso Limoeiro, em Alvorada de Minas. Uma delícia com história. São diferentes maturações com o mesmo queijo feito a partir de leite cru, coalho, pingo e sal, seguindo o processo de fabricação e maturação tradicional do local de onde a receita foi trazida pelos colonizadores portugueses, a Serra da Estrela, em Portugal, mantida há 300 anos na região.

Dona Torta e Queijo Juá
Dona Torta e Queijo Juá Quermesse da Mary/Divulgação

Antes de sair para a comercialização, o queijo fica cerca de 30 dias em um ambiente úmido e frio, o que proporciona uma cobertura rugosa, deixando a casca firme e crocante com uma massa branquinha e macia por dentro. De sabor marcante, tem acidez equilibrada e, com mais tempo de maturação, fica levemente adocicado e mais picante.

André Gabrich é o padeiro por trás dos pães e folhados de fermentação natural produzidos semanalmente para a Dédé Pães Artesanais. Há sempre opções de pães clássicos e versáteis para qualquer tipo de acompanhamento, como o pão 100% integral ou a baguete e pães rústicos, enriquecidos com farinhas de centeio ou fubá de milho crioulo e harmonizados com recheios como castanhas, frutas secas, queijos e ervas frescas. Para os amantes de pão doce fofinho e amanteigado, tem o clássico brioche. Os folhados também estão entre as fornadas da semana. Do croissant e pain au chocolat ou folhados recheados, como o pain suisse e o croissant aux amandes, são muitas delícias.

Dedé Pães Artesanais e Julieta Biscoitos
Dedé Pães Artesanais e Julieta Biscoitos Quermesse da Mary/Divulgação

A Julieta Biscoitos, de Ana Laura Costa Faria, comparece com seus biscoitos artesanais, produzidos com carinho e afeto, um abraço para se reunir em torno da mesa e, a cada mordida, degustar bons momentos. Designer de formação e confeiteira por paixão, curiosa e inquieta, Ana Laura vai fundo nas receitas de família, aquelas que abraçam e provocam suspiros. Encontrou no biscoito o sabor de infância. Os quitutes resgatam origens, trazem lembranças, são pedacinhos de Minas, um despertar da simplicidade em agradar.

A Zoraida Cozinha Milenar, de Zoraida Ione Santos Monadjemi, surge na Quermesse com os gostos ancestrais unidos a sabores de ervas, especiarias, diferentes ingredientes e tudo que envolve o nutrir. Em uma relação de amor com a comida, Zoraida traz vivências do berço da civilização, com pratos persas, árabes e as raízes mineiras tribais e afrodescendentes. A riqueza da alquimia leva a uma experiência sensorial que alimenta corpo e alma.

Zoraida Cozinha Milenar e Dona Farofa
Zoraida Cozinha Milenar e Dona Farofa Quermesse da Mary/Divulgação


Seja a tradicional, de milho, picante, com gergelim e a doce com amendoim, a farofa da Dona Farofa enriquece a Quermesse com sabor e amor. Os produtos de Juliana Ribeiro agradam de apreciadores de carnes a veganos e vegetarianos, em pacotinhos cheios de tempero e carinho. Essa é uma farofa artesanal produzida por uma família mineira que se dedica a oferecer uma alimentação mais nutritiva e saudável. Cada embalagem traz uma vivência gastronômica inédita e afetiva, com produtos de qualidade, práticos e versáteis, levando o gostinho da comida caseira para a mesa.

A Provençal Gourmet, de Bárbara Campos, é uma jornada gastronômica pelos sabores mineiros. São diversos produtos, desde geleias artesanais a risotos e azeites aromatizados, que podem ser embalados para dar de presente. Entre as geleias que acompanham bem queijos e vinhos, sobremesas ou para o café da manhã, sabores como mexerica, figo com laranja e canela, frutas silvestres e aceto balsâmico, limão siciliano, jabuticaba, framboesa e hibisco, entre outras diversas opções de chutneys e mel. Na lista dos pré-prontos, risoto de shitake, alho poró ou indiano, panqueca de lavanda ou chocolate. É rica ainda a seleção de temperos, e mineirices como cafés, queijos, doce de leite, licores e cervejas locais.

A AM Chocolates, concepção de Flávia Arantes em homenagem à mãe, Ana Maria, que começou na doçaria fazendo pães de mel, vem com sua bala de coco e o biscoito cantucci, que faz viajar pela Itália, mendiants de frutas secas e, lançamento especial para a Quermesse, puxas de pistache. A marca completa 30 anos em 2025. A partir de uma ideia, a vontade simples de fazer um chocolate bom, e o começo no quartinho do fundo de casa, hoje a AM Chocolates adoça a vida de um bocado de gente.

Mantendo vivas receitas de família, o trabalho é feito com gosto em todo o processo. Os docinhos antigos, as experiências novas, os testes, o desenvolvimento de embalagens... tudo isso continua um prazer diário - uma produção pequena, mas uma enorme satisfação. Para o evento, tudo fresquinho, feito especialmente.

Provençal Gourmet e AM Chocolates
Provençal Gourmet e AM Chocolates Quermesse da Mary/Divulgação


Em um mercado tradicionalmente dominado por marcas masculinas, nasce a Cafem, uma etiqueta de café criada e idealizada por mulheres, com o objetivo de dar visibilidade a pequenas produtoras e celebrar suas histórias a cada xícara. A Cafem celebra o universo feminino em cada etapa da produção. Desde a cuidadosa seleção dos grãos, que a por um rigoroso processo de escolha, até a embalagem, pensada para refletir a força e sofisticação das mulheres contemporâneas, a marca não busca apenas entregar um café de excelência, mas também criar uma conexão emocional com seus consumidores.

Laura e Luiza são duas irmãs de uma família de produtores de café que, após um reencontro com as raízes familiares na Itália e a experiência de provar cafés em viagens pelo mundo, desejaram criar um café que refletisse sua essência: feminino, autêntico e transformador. Entre os sabores dos cafés especiais, milka e chocoavelã, que podem ser incrementados com doce de leite e chantilly, como sugerem. Elas também oferecem kits personalizados e lembranças para casamentos, eventos, datas comemorativas e outras festividades.

Cafem e Doçuras da Su
Cafem e Doçuras da Su Quermesse da Mary/Divulgação

A Doçuras da Su nasce pela paixão de Su pelos doces, reforçada pela ligação das mulheres de sua família com a gastronomia. A confeitaria artesanal oferece bolos, doces, sobremesas e algumas quitandas. O carro-chefe, o pão de mel em diversos sabores, é feito cuidadosamente pela fundadora.

Lista de expositores

Ateliê Bençôi/ @ateliebencoi/ Carla Polesi Dias

Atelier Mínima/@atelierminina/ Lívia Stefani

Ateliê Omaia/ @omaiaemarcelo/ Marcelo Maia

Carlos Herrera Joalheria/ @carlosherrerajoalheria/ Carlos Herrera

Carlos Penna/ @carlospenna.design/ Paulo Dornelas

Ferinhas Mágicas/ @ferinhasmagicas/Ana Ligeiro

Studio Bonds/ @studiobonds/ Carol Bonds

Greta Cauê/@gretacaue/Denise Afonso

José Napoleão / @jozenapoleao/ José Napoleão Pereira

Memória do Ofício/@memoria.do.oficio/ Júlia Machado Trindade e Ricardo Cordeiro

Liana /@lianaatelier/ Liana Fernandes

Nizier Lobo/@madeira.de.rio/ Nizier Lobo

Margarida Pereira/ @margaridapereira476

Mário Soares / @marioscj/ Mário Soares da Costa Júnior

Mary Design/ @mary_design/ Mary Arantes

Me chama de artista/ @mechamadeartista/ Marie Mendes

Mercearia Matula/ @merceariamatula/ Daniela Fernandes Alves

Miêtta/ @mietta_bh/ Fábio Resende

Mira_me/ @mira_me.design/ Miranda Seliana

Obra Ipanema/ @obraipanema/Fellipe Chaves e Ivo Minoni

oli.O/ @_oli.o/ Paloma Okano

Ourives Ana Queiroz/ @ourives_ana_queiroz/ Ana Queiroz

Insetários/ Panoletos/@panoletos/ Camila Fortes

Recorda/@recorda.arte/ Luciana Souza Motta Metzker

Rosana Pereira/ @rosana_pereira281/ Rosana Pereira

Sylvio de Podestá/ @sylvioemrichdepodesta/ Sylvio de Podestá

Ububtu Nation / @ububtu.fsf / Patrícia Espírito Santo

YWI Joia Contemporânea/ @ywi.joiacontemporanea / Ana Lloyd e Sheila os

WM Atelier/@wandermarcilio/ Wander Marcílio

Gastronomia

AM Chocolates/ @anamariachocolates / Flávia Arantes

Amassa/ @amassa.cozinha /Miguel Valente

Cafem/ @cafembrasil/Laura e Luiza Chagas

Dama de empadas/ @damadeempadas/Flávia Ferreira

Dédé Pães Artesanais/ @dede.paes.artesanais/ André Gabrich

Doçuras da Su/ @docurasda_su/Suelle Nestor

Dona Farofa/ @dona.farofa /Juliana Ribeiro

Dona Torta/ @donatortabh/ Dudú Pônzio

Julieta Biscoito Artesanal/ @julietabiscoito/ Ana Laura Costa

Provençal Gourmet/@provencalgourmet/Bárbara Campos

Queijo Juá/ @serro.queijojua / Cássio Fonseca

Vitoriano Doces/@vitorianodoces/Jessé Duarte Ferreira

Zoraida Cozinha Milenar/@zoraidacozinhamilenar/ Zoraida Ione Santos

Plantas

Orquídeas Recomeço/ @orquideasrecomeco/ Edimilson Gonçalves

Mirtilos Moreira/ @mirtilosmoreira/ Elen Moreira Faria


QUERMESSE DA MARY - Edição Dia das Mães
Dias 11,12 e 13 de abril
Sexta e sábado de 10h às 19h
Domingo de 10h às 17h
Rua Ivaí 25, Serra, BH
Entrada gratuita
Evento pet friendly

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